Calígula, o Imperador louco

Gaius Julius Caesar Augustus Germanicus, ou como ficou mais conhecido, Calígula. Foi um imperador romano nos anos 37 à 41 AD, era membro da casa dos governantes, convencionalmente conhecida como a dinastia Julio-Claudiana. O pai biológico de Calígula era Germanicus, mas foi adotado pelo imperador Tibério, que era seu tio.

Apesar de ser muito conhecido, poucos são os relatos oficiais do seu tempo como Imperador de Roma, a maioria das histórias sobre sua loucura vieram muitos anos após seu assassinato. Nos primeiros seis meses como chefe de Roma, foi descrito como “um governante nobre e moderado”. Após isso, várias outras qualificações surgiram como cruel, sádico, extravagante e um perverso sexual, embora a confiabilidade dessas fontes sejam completamente questionáveis. Calígula foi o responsável pela construção de dois aquedutos, o Aqua Claudia e o Anio Novus, mas seu foco mesmo foi a construção de habitações luxuosas para si próprio e outros projetos bastantes ambiciosos.

No início de 41 dC, Caligula foi assassinado como resultado de uma conspiração de oficiais da Guarda Praetoriana, senadores e cortesões. A tentativa dos conspiradores de aproveitar a oportunidade para restaurar a República Romana foi frustrada: no dia do assassinato de Calígula, a Guarda Pretoriana declarou o tio de Calígula, Claudius, o próximo imperador romano.



De onde vem o apelido “Calígula”?

Como menino de apenas dois ou três anos, Gaius acompanhou seu pai, Germanicus, em campanhas no norte da Alemanha. Os soldados ficaram caçoando de Gaius por estar vestido com uma roupa de soldado em miniatura, incluindo botas e armaduras. Logo ele recebeu o apelido de Calígula , que significa “pequena bota do soldado” em latim, por culpa das pequenas botas que ele usava. Gaius, no entanto, teria crescido e não gostava do apelido. Suetonius afirma que Germanicus foi envenenado na Síria por um agente de Tibério, que considerava Germanicus como um rival político.

Após a morte de seu pai, Calígula morava com sua mãe até suas relações com Tiberius se deteriorarem. Tiberius não permitiria que Agripina voltasse a casar por medo de que seu marido fosse um rival. Agrippina e o irmão de Calígula, Nero, foram banidos em 29 de maio por acusações de traição.

 

Calígula sendo assassinado.

Mitos e Lendas de Calígula

1 – Calígula teria a pratica do incesto com suas irmãs, sua favorita era Drusilla, ao qual engravidou e matou.

2 – Calígula teria ordenado que toda uma família fosse executada, como a lei romana proibia que virgens fossem executadas, ele obrigou que a menina presenciasse a morte de todos os seus familiares, depois foi estuprada e morta.

3 – Calígula castrava seus inimigos com os dentes, comendo os testículos dos seus oponentes enquanto estavam amarrados.

4 – Calígula teria nomeado seu cavalo Incitatus como Cônsul, um alto cargo da época que tinha como principal função o comando de um exército.

5 – Alguns criminosos teriam sido entregue aos cães para que fossem comidos vivos.

6 – Ao invés de lutar na guerra da Grã-Bretanha, Calígula teria ordenado que seus soldados catassem conchas das praias e levassem a Roma para sua coleção particular.

7 – Logo no começo de seu reinado Calígula ficou gravemente doente pelo excesso de comida, bebida, fumo e o uso de drogas.

Existem várias outras, mas o que é real e o que apenas histórias inventadas pelo povo, isso, acredito eu, que nunca saberemos.



Você sabia que Calígula se auto proclamou como um Deus?

Quando vários reis vieram a Roma para lhe fazer honrarias e argumentaram sobre a sua nobreza de descendência, dizem que gritou na linha homérica: “Que haja um senhor, um rei”. No ano 40 dC, Calígula começou a implementar políticas muito controversas que introduziram a religião em seu papel político. Calígula começou a aparecer em público vestido de vários deuses e semideuses, como Hércules, Mercúrio, Vênus e Apollo. Depois disso, ele começou a se referir a si mesmo como um deus quando se encontrou com políticos e ele foi referido como “Júpiter” na ocasião em documentos públicos.

Um recinto sagrado foi separado para sua adoração em Mileto na província da Ásia e dois templos foram erguidos para adoração dele em Roma. O Templo de Castor e Pollux no fórum foi ligado diretamente à residência imperial no Palatino e dedicado a Calígula. Ele apareceria aqui de vez em quando e se apresentaria como um deus ao público. Calígula tirou as cabeças de várias estátuas de deuses e substituiu a sua própria em alguns templos. Diz-se que desejava ser adorado como “Neos Helios”, o “Novo Sol”. Na verdade, ele foi representado como um deus do sol em moedas egípcias.

A política religiosa de Calígula era uma desvantagem de seus predecessores. De acordo com Cassius Dio, os imperadores vivos podem ser adorados como divinos no Oriente e os imperadores mortos podem ser adorados como divinos em Roma. Augusto teve o culto público em seu espírito na ocasião, mas Dio descreve isso como um ato extremo que os imperadores geralmente esquivaram. Calígula levou as coisas um passo adiante e fez com que aqueles em Roma, incluindo senadores, o adorassem como um deus tangível e vivo.



Calígula e suas moedas

Com menos de 5 anos como Imperador, Calígula deixou referencias fortes na numismática, seu ego e soberba eram altíssimos e por isso sua imagem era estampada onde ele o podia fazer. Ao todo foram 22 moedas cunhadas com sua efigie ou em sua homenagem, todas feitas em materiais nobres como o ouro, a prata, o cobre e o bronze, daremos destaque para algumas para que vocês possam conhecer um pouco mais. Moedas de calígula não deverão ser apreciadas apenas por sua beleza, mas também por sua raridade, por ser um personagem muito conhecido da história do mundo, essas moedas são extremamente valiosas e cobiçadas, seu valor no mercado numismático pode varia de R$600,00 até R$35.000,00 dependendo do exemplar.

 

O Dólar de Palau

Em 2010 a República de Palau cunhou uma série de moedas, em ouro, homenageando os Imperadores Romanos, ao todo são 23 moedas. Nessa série comemorativa que não entrou em circulação podemos ver nomes muitos conhecidos pela História, além de Calígula temos também Constantino, Nero, Julius Caesar, Adriano e Augustus.

 

AS Calígula – Vesta – 37-38

Por volta dos anos de 37 e 38, foi cunhada sob as ordens de Calígula uma moeda para homenagear a deusa Vesta, deusa romana que representa o fogo sagrado, a pira e a cidade.. No seu Anverso temos a efigie de Calígula olhando para a esquerda, rodeando a sua cabeça temos uma inscrição que significa “Gaius Julius Caesar Augustus Germanicus, o Pontífice Maior do Poder Tribuniciário”. No reverso temos a figura de Vesta, sentada entre as letras S e C, que significam “Senatus Consulto” ou “Por decisão do Senado”, em sua mão esquerda descansa um cetro e uma patera na mão direta, para os que não conhecem patera é um prato raso e longo ou um cálice usado em rituais.



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Sestertius – Agrippina Senior

Apesar dessa moeda não ter a efigie de Calígula presente, foi uma moeda cunhada sob ordem do mesmo, para homenagear a sua mãe, é um belo exemplar do mundo antigo. Essa moeda, em bronze, possui no anverso o rosto de Agrippina usando seu tradicional “rabo de cavalo” atrás do pescoço, no reverso vemos um CARPENTUM, é um dos primeiros tipos de carruagens romanas, das quais encontramos menção. Era a carruagem em que as matronas romanas podiam ser carregadas nas procissões festais públicas; E que foi um considerável privilégio evidente, pelo fato de que o uso de carruagens na cidade foi totalmente proibido durante toda a república.

Caso você queira conhecer outras moedas relacionadas a Calígula, o site Numista possui consulta das 22 moedas e você poderá ter acesso CLICANDO AQUI.



André Luiz Padilha

Graduado em direito com especialidade em meios alternativos de soluções de conflito e atualmente é estudante de História. Colecionador de moedas desde 1997 e numismata desde 2011. É um ativo divulgador da numismática nacional publicando diversos artigos e estudos por dezenas de plataformas, presta serviços como avaliador e consultor em pelo menos 9 países, também é o fundador da Numismática Castro, do CNERJ e do canal Café e Numismática. É sócio da American Numismatic Association (ANA)

5 thoughts to “Calígula, o Imperador louco”

  1. Finally Britain became a republic under leadership
    of Oliver Cromwell for 11 years without having a monarchy.
    Some cultures create their very own advancements although some or copied or down right stolen. Constantine seldom used biblical or Christian principals to justify legislation he passed, however he did as mentioned above pass laws that exempted
    clergy from paying taxes plus some laws urged pagans to quit and abandon their false religion to be able to worship usually the one true God.

  2. This piece is very well-expressed while being paradigm-shifting.
    I found the composition really thought-provoking.
    Continue with the great work!

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