Como e onde vender minha moeda?

Neste ano de 2022 o Grupo Castro & CO completará 15 anos, nossa loja em si, a Numismática Castro, só foi inaugurada em 2011, mas o Portal Numismáticos é um pouco mais antigo, foi iniciado em 2007, então ao todo somamos 15 anos desde que começamos a atuar na numismática. Posso falar com total segurança que esta é a pergunta que mais tive que responder em todos esses anos.

Teria sido muito mais fácil ter escrito esse texto a 15 anos atrás então, pouparia um trabalho enorme não é verdade? Teria sido sim, se fosse este um assunto simples, o que não é o caso, então vamos por parte para que eu possa ser totalmente claro até com quem não entende absolutamente nada de numismática.

Primeiro, cada moeda tem um valor único agregado a si, que pode ir desde o “somente o seu valor de face” para o “alguns milhões”. Entenda, as moedas que são feitas para circulação são cunhadas a números na casa dos milhares e com muitas opções no mercado, simplesmente não há valor. Esqueça agora mesmo aqueles vídeos do YouTube com o título “Você pode ter até 3 mil no bolso”, geralmente são feitos por pessoas sem o menor conhecimento técnico que apenas replicam o que assistiram em outros vídeos sem fundamentos, quase como uma corrente incoerente. Salvo as moedas com erros de cunhagem que podem ter algum valor a mais agregado, são pouquíssimas as moedas em circulação com real valor, nesse momento, por exemplo, me lembro de apenas 3 moedas, e a probabilidade de você ter uma moeda desta no seu bolso é mínima.

Jogando para uma média bem generalista, veja bem, estou sendo generalista apenas para esse texto não virar um livro, as moedas após o ano de 1930 não tem valor nenhum se focarmos no mercado colecionista. Passamos por vários períodos econômicos extremamente conturbados e fracos, onde cunhávamos uma moeda sem nenhum valor e por isso temos como resultado sucessivas trocas. Se economicamente falando isso é terrível, para numismática idem, pois são comuns os casos de moedas que foram cunhadas aos milhões e que só duraram um ou dois anos em circulação, resultando assim em uma vasta oferta de moedas deste período nas casas numismáticas. Não distante disso, as moedas após 1930 são vendidas comumente, não obrigatoriamente, por valores entre R$7 e R$12 o quilo.



Então vamos para o segundo passo. Quando suas moedas são em maioria anteriores ao ano de 1930 aconselho que procurem um catálogo numismático, pois não são obras tão caras, é possível comprar uma versão digital hoje por uma média de R$25, mas caso não seja a sua intenção gastar qualquer dinheiro neste assunto então que procure afinco na internet em anúncios de lojas de casas numismáticas, não deem valor a sites como Mercado Livre, OLX, Shopee, eBay e qualquer outro site de “livre comércio”, pois são excelentes casas de comercio mas que qualquer um pode anunciar, por isso você acaba se deparando com peças que valem R$10 sendo vendidas por R$5.000 justamente por serem anúncios de pessoas que não tem o conhecimento do que significa o mercado numismático.

Terceiro, se você já viu o preço das peças agora sim você pode procurar um desses sites de comercio eletrônico que citei no paragrafo anterior, como falei, não vou aqui me desfazer de nenhuma plataforma, apenas quero apontar que você não pode tomar como base os anúncios feitos em uma plataforma sem uma curadoria técnica. Faça seu anúncio, seja simples, você não precisa mostrar nenhum conhecimento avançado nestes casos e aconselho que aceite ofertas, pois caso uma loja numismática se interesse lembre-se que não é um colecionador e que precisa no final da venda, obter o seu lucro.

Quarto e último tópico, se você fez toda a pesquisa necessária e daí sim viu que sua peça tem um valor a mais do que o considerado “normal”, procure imediatamente uma casa numismática. Com a noção de quanto vale sua peça procure orientação de um comerciante mais experiente, uma sociedade numismática ou algum grupo de atuação regional. Infelizmente não são raros os casos de comerciantes que depreciam o valor de mercado da peça em questão apenas para comprar mais barato e assim lucrar mais, por isso procure auxilio de alguém que você possa confiar, pois em alguns casos quando falamos de peças com maior raridade, é mais vantajoso jogar a peça para algum leilão, como é o caso do serviço prestado pela nossa Castro Alves Leilões.

Se ainda assim essas dicas simples não puderem lhe ajudar ou você tenha dúvida se está ou não em posse de alguma raridade nas mãos, procure o serviço de avaliação da Numismática Castro, esteja ciente que você poderá receber um relatório apontando que sua peça é simples, isso é normal, é muito banal esse pensamento de que toda moeda é um tesouro e que vale muito, mas através de nosso serviço você ao menos colocará um ponto final na dúvida. Entenda, que ao prestarmos o serviço de avaliação não estaremos focados na intenção de comprar sua peça, apenas de lhe oferecer informações sobre a peça que você tem dúvida, em nenhum momento durante o serviço lhe faremos uma oferta de compra de sua peça, mas claro, se sua intenção pós serviço for vender a peça em questão estaremos aqui para lhe auxiliar.

Não vamos ficar aqui neste texto avaliando cada moeda que coloquem nos comentários, mas caso tenha alguma dúvida sobre este texto ou alguma colocação válida, algo a acrescer nesta ajuda, peço que faça, pois esse texto foi escrito apenas para sanar uma dúvida que muitos possuem, afinal, quase que todo dia eu recebo nas redes sociais da empresa alguma pergunta semelhante. Obrigado por ler até aqui!



André Luiz Padilha

Graduado em direito com especialidade em meios alternativos de soluções de conflito e atualmente é estudante de História. Colecionador de moedas desde 1997 e numismata desde 2011. É um ativo divulgador da numismática nacional publicando diversos artigos e estudos por dezenas de plataformas, presta serviços como avaliador e consultor em pelo menos 9 países, também é o fundador da Numismática Castro, do CNERJ e do canal Café e Numismática. É sócio da American Numismatic Association (ANA)

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